A CBTU em Belo Horizonte sempre estimulou a realização de eventos culturais no Metrô de BH. Ao mesmo tempo, a classe artística e os promotores de evento estão sempre interessados em realizar intervenções no sistema, o que dá um caráter muito urbano aos trabalhos, o trem, as estações, as pessoas em constante movimento. Reforçando esse caráter de cenário propício às artes e manifestações culturais diversas, o antigo prédio da Estação Central, patrimônio histórico, importante espaço da Capital, recebeu inúmeras intervenções.
Foram diversas exposições de arte, desfiles de modas, edições do Festival Internacional de Teatro e de várias outras performances teatrais.Cenário de filmagens, dentre elas o seriado Hilda Furacão. Também muito procurado por produtores de festas importantes da cidade.
A consagração do sistema como estimulador da produção cultural se deu com as edições do Carlsberg Music Station, em 2000 e 2001. A primeira edição envolveu duas estações e o galpão da antiga oficina de manutenção, com apresentações de poesia, teatro, circo e principalmente shows musicais, nas estações, vagões e plataformas. O público, que tinha acesso pela estação Central, era recebido por drag queense artistas-sombra. No galpão da antiga oficina, onde se realizaram as principais apresentações, o trem chegava a cada 18 minutos, na boca do palco, e o público embarcava e desembarcava em meio à platéia, algo totalmente inusitado.
O sucesso foi tão grande que em 2001 foi realizada a 2ª edição, que contou com uma estrutura ainda maior, envolvendo quatro locais de apresentação, além dos trens e plataformas. As atrações principais foram ainda mais badaladas: Cássia Eller, Cidade Negra, Ira, Arnaldo Antunes, dentre outras. A divulgação espontânea, que na primeira edição se restringiu à mídia local, na segunda foi nacional.
O público que assistiu a esses eventos não era o usuário habitual do sistema e a receptividade foi tão boa, que surgiu a vontade de fazer um projeto voltado ao usuário do METROBH, inspirado nesses eventos.
Em 2001, foi formada uma comissão para planejar e executar as comemorações dos 15 anos de operação do METROBH. O projeto foi apresentado à comissão e assim nasceu a Quarta Cultural, em maio de 2001.
Como não se tinha orçamento para a realização do projeto, foram realizadas parcerias com escolas de música, que se apresentavam através de seus alunos e professores. O metrô disponibilizava o espaço para as apresentações, a divulgação na Mídia e na Mídia Metrô, além de transporte para os artistas e seus instrumentos. A área de manutenção confeccionou um palco modular.
Com a excelente divulgação do projeto pela mídia e pelo boca a boca, o projeto absorveu grupos das Universidades Estadual e Federal, além de músicos independentes.
As apresentações em 2001 eram semanais, quando possuíam mobilidade, às quartas-feiras, às 18 horas, na Estação Central e no horário entre 15 e 16 horas, nos trens e plataformas. Foram 33 apresentações naquele ano. Em 2002, devido às dificuldades operacionais e à falta de orçamento, passaram a mensais, sempre na primeira quarta-feira do mês .
Com a cessão do antigo prédio da Estação Central para a implantação do Museu de Artes e Ofícios, as apresentações de palco estão sendo realizadas na plataforma da Estação São Gabriel, no horário de 18 às 19 horas. Quando permitem mobilidade, acontecem nos trens e em plataformas diferentes, a partir das 16 horas.
O projeto vem crescendo a cada ano, em reconhecimento e infra-estrutura. Em 2004, o projeto adquiriu uma aparelhagem de som de muito boa qualidade, o que elevou o nível técnico das apresentações. Está aberto a todo tipo de manifestação cultural. Muitos artistas e bandas independentes têm encaminhado material. A procura maior é da área musical, mas já aconteceram apresentações teatrais e folclóricas.