“O importante é motivar a criança para a leitura, para a aventura de ler”, dizia o ilustrador e criador do emblemático Menino Maluquinho, Ziraldo. 

A Geladeira Literária completa, em 2024, seis anos de história. O projeto, que inovou ao estimular o hábito da leitura dos passageiros, já distribuiu mais de quatro mil livros dos mais variados gêneros. A CBTU, como um meio facilitador entre pessoas que têm livros mas não sabem para onde destinar e pessoas que querem livros mas não têm condições de obter, impacta toda a comunidade ferroviária, desde idosos a crianças, ao promover a acessibilidade a obras literárias infantis, de romance e de não-ficção.

As Geladeiras estão distribuídas em quatro estações ao longo do trajeto ferroviário: Estação Central, Mercado, Fernão Velho e Satuba. Essa distribuição pelas estações e a dinâmica sem burocracia permitem que mais usuários tenham acesso aos livros e se interessem pelo projeto.

Passageiro escolhendo um livro para ler

Doe livros infantis

Atualmente o projeto está precisando de mais doações, principalmente de livros infantis e de romance. A CBTU recebe as doações e faz a triagem dos livros para verificar o conteúdo. Após isso, as Geladeiras (carcaças da geladeira) são preenchidas por livros e ficam disponíveis para quem quiser ler enquanto aguarda o trem ou até levar para casa para continuar a leitura.   

A ideia 

Transformar o tempo de espera dos passageiros para a chegada do trem momento de qualidade dedicado à leitura. Essa foi a ideia que a funcionária da CBTU, Ariana Buarque, idealizadora da Geladeira Literária,  teve ao ver uma matéria jornalística que mostrava o sucesso do projeto em outro estado. 

Ariana Buarque é a idealizadora do projeto

“Nesses 6 anos de projeto, o sentimento é de realização por colaborar com o acesso à leitura para a população, em especial aos usuários do sistema ferroviário e aos moradores das comunidades do entorno da linha férrea”, diz Ariana. 

Crianças adoram abrir a Geladeira

O projeto carrega um importante valor social por estimular a leitura em comunidades em vulnerabilidade social que não têm condições financeiras para obter livros. Para Ariana, “a leitura proporciona vários benefícios e com o projeto da Geladeira Literária levamos às pessoas que não podem adquirir livros a possibilidade de ter uma vida melhor”. 

Os mais impactados são as crianças, público que mais consome os livros da Geladeira: “acredito que as crianças que vêm até a estação se sentem valorizadas com a iniciativa. Tenho certeza que estamos colaborando para um futuro melhor para elas”, completa Ariana.

Passageiros aprovam iniciativa   

O projeto se tornou parte da estação, tanto quanto comprar um bilhete. Abrir a Geladeira, escolher um livro, sentar nos bancos e aguardar o VLT é um ritual comum entre os nossos passageiros. 

Para Israel Marques, que viaja pela primeira vez de trem com seus três filhos: Eduardo, Henrique e Felipe, a Geladeira é uma iniciativa muito importante. ““É muito bom, passa o tempo enquanto a gente espera pelo trem. Além de ser um hábito muito importante de ser estimulado”, diz Israel. 

Israel e seus filhos: Eduardo, Henrique e Felipe 

Para o adolescente Eduardo Marques, apesar de a leitura não estar na sua rotina, garante que vai abrir a Geladeira nas próximas vezes que visitar a estação, “Embora eu não tenha o hábito de ler, achei a proposta bem legal”, finaliza Eduardo. 

Como doar 

Projeto atrai todas as idades

A Geladeira Literária está sempre precisando de mais doações dos mais variados gêneros literários, principalmente livros infantis e de romance. Qualquer pessoa pode doar, basta que o material ainda esteja em condições de uso.

Ponto de coleta: Recepção da Estação Central, localizada na Rua Barão de Anadia, 121 - no Centro de Maceió.

Horário de funcionamento: 9h às 16h.

Maceió, 13 de Agosto de 2024

Lívia Protásio

Estagiária de Jornalismo

Ana Cristina Sampaio

Supervisão

CBTU Maceió