Imprimir
Um evento com informações até chocantes de uma realidade dura que ocorre em sua maioria dentro das famílias, atingindo diretamente crianças e adolescentes, sendo a maior parte de meninas entre dez a quatorze anos, as quais são abusadas e violentadas por pais, padrastos, tios, irmãos, primos, avôs, professores, vizinhos, líderes religiosos e outras pessoas do convívio familiar. Essa inacreditável situação é real e ocorre muito próximo de nós, pois trata-se de um problema secular, cultural, presente em todas as camadas sociais e regiões do País, e até pouco tempo naturalizado socialmente. 
O GT de Diversidade e Inclusão com a palestrante Milene Mendes e gestores da Superintendência e Recursos Humanos
 
Essa conversa fez parte da palestra da  assessora especial da RAV - Rede de Atenção às Violências de Alagoas, Milene Mendes, nesta quinta-feira, 18, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes, e ocorreu na Estação Central, em Maceió, para empregados da CBTU. A iniciativa foi do Grupo de Trabalho de Diversidade e Inclusão, coordenado pela funcionária Mônica Guimarães, e contou com a  parceria da Superintendência de Trens Urbanos e da Coordenação de Recursos Humanos. 
 
Palestra fez parte do calendário de eventos organizado pelo GT de Diversidade e Inclusão da CBTU
 
A assessora especial, que também é mestre em ensino e formação de professores, ressaltou qual unidades de saúde estão aptas a receber vítimas de violência sexual e explicou como podemos encaminhar qualquer vítima de violência, lembrando que todas as pessoas podem denunciar quaisquer tipos de casos dessa ordem. O Hospital da Mulher Dra Nise da Silveira, localizado na Av. Comendador Leão, 1213, no Poço, é a principal porta de entrada onde há uma rede completa de especialistas para acolher as vítimas, com a presença de ginecologista, psiquiatra, psicólogo, pediatra e assistente social. Além de contar com uma delegacia de polícia preparada para registrar a denúncia dentro do próprio hospital.  
 
A RAV surgiu em 2018 para atender vítimas de violências entre a população mais vulnerável, como mulheres, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, povos e comunidades tradicionais a exemplo dos quilombolas e indígenas, pessoas pretas, pessoas em situação de rua, e a comunidade LGBTQIA+ - Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, Queer, Intersexuais, Assexuais e outras. 
 
A coordenadora do GT, Monica Guimarães

Sexo feminino 

 
Dados do SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação do ano de 2022, das crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, dez por cento eram do sexo masculino e 90 por cento do sexo feminino, sendo a maioria de meninas entre 10 a 14 anos. Há inclusive registros de violências contra bebês com menos de um ano de idade.
 
Para Milene Mendes, nessa violação de proteção e segurança contra nossas crianças e adolescentes, “ou a gente está do lado da vítima ou do agressor”. Não há como ficar em cima do muro tamanha é a gravidade da agressão e as dificuldades da vítima em criar coragem para denunciar, haja vista que na maioria das vezes o agressor está dentro de casa onde deveria ser o lugar mais seguro.
 
Milene Mendes, assessora especial da RAV, fez uma importante fala sobre como combater o abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes
 
Ela também informou que o estupro hoje é crime hediondo (é inafiançável, não prescreve e não pode receber graça, indulto ou anistia, e liberdade provisória).  
 
Indicadores de comportamento de crianças vítimas de violência  
 
Há uma série de mudanças comportamentais em crianças e adolescentes que podem ajudar na identificação sobre possíveis situações de violência: fugas de casa, comportamento sexual inadequado para a idade, mudanças na forma de se vestir, alterações alimentares, no sono, baixo nível de desempenho escolar, vergonha excessiva, regressão do estado de desenvolvimento fídico e mental, ideias e tentativas de suicídio, automutilação, dentre outros. Os adultos próximos precisam estar atentos e valorizar esses indícios, disse a palestrante.
 
Como denunciar 
 
A assessora da RAV, Milene Mendes, encerrou o evento reforçando que devemos ser as vozes de quem não pode se defender. É uma responsabilidade social, coletiva, de quem quer um mundo melhor. Qualquer pessoa pode e deve denunciar de forma séria e pelos caminhos oficiais, sejam por meio dos Conselhos Tutelares ou pelo telefone e whatsapp da RAV - (82) 988339061.
 
 
Maceió, 18 de maio de 2023.
 
Ana Cristina de Moraes Sampaio
Assessoria de Comunicação
Comak - CBTU Maceió
BettingRating.in is Best Online Casinos list at India!