Dançam nesse trem, te cuida!
Sacola, cabaço
Futuro, tutu
Tem boi na linha
(Djavan)
Djavan já dizia, ainda quando era jovem e circulava pelos trens de Maceió: tem boi na linha. O chamado traz em questão uma pauta de relevância que segue sendo uma das principais causas de acidentes em ferrovias em Alagoas. A CBTU alerta a população sobre a conscientização e os cuidados necessários para erradicar esse problema que prejudica a todos.
O número de acidentes nas ferrovias voltou a crescer em 2023 e animais, automóveis e pedestres foram as principais causas. Foram 16 acidentes registrados durante o ano, sendo 12 causados por um desses agentes.
Conforme dados da Gerência de Operações, em 2021, houve uma redução de 16 para 10 acidentes em relação ao ano anterior, sendo 8 deles envolvendo animais. Já em 2022, houveram, no total, 12 acidentes, sendo 6 com automóveis e 4 com animais.
Apesar da redução na quantidade geral, nota-se um crescimento gradativo no número de acidentes nesses três anos que acarretam no alarmante marco de 16 acidentes em 2023. A contagem chega a equiparar-se à marca de 2020, ano do segundo maior número de acidentes registrados.
As consequências dessa constância geram diversos transtornos, como a danificação de peças dos VLTs. Os trens afetados são retirados de circulação e inicia-se o processo de conserto que, além de trazer um alto custo, levam de 3 a 4 meses para serem concluídos.
Trem depredado após colisão com cavalo
A CBTU alerta a população sobre os cuidados e a conscientização desse problema, que prejudica a todos, tanto os donos dos animais, quanto os passageiros que precisam dos trens e VLTs para sua locomoção. A Gerência de Operações aconselha deixar os animais amarrados em cordas ou cercados para que não cheguem perto do perímetro da ferrovia, “entendemos que, principalmente no verão, o pasto seca e, naturalmente, eles vão procurar onde tem mato verde, ou seja, na linha ferroviária. Entretanto, quando o animal está na via, ele ameaça tanto o tráfego ferroviário quanto a ele próprio.”
Para o maquinista Luciano Alves, que enfrenta esse problema diariamente, o sentimento é de impotência, “são quase 72 toneladas em uma via e uma locomotiva de ferro que dificulta o atrito e, consequentemente, causa uma reação de freio muito lenta. A gente aplica o freio, mas em certas circunstâncias não conseguimos parar”. Ele completa, “todo dia é um susto com animais na via. É um transtorno porque atrasa o trem e os passageiros, além de ser uma situação terrível.”
Lívia Protásio
Estagiária de Jornalismo
Ana Cristina de M Sampaio
Supervisão
MTB 22.870 (SP)
COMAK | CBTU Maceió