Os benefícios gerados pela ferrovia vão além dos proporcionados aos milhares de passageiros que utilizam o VLT ou o trem, seja para trabalhar, estudar, fazer compras ou mesmo passear.
As estações, em boa parte são patrimônio histórico, estão vinculadas a um passado ligado aos períodos dos ciclos econômicos do País, e guardam a memória da nossa cidade. Além disso, têm um papel fundamental na geração de renda para ambulantes, artesãos e pequenos empreendedores, os quais aproveitam o entorno das estações para montar o seu pequeno negócio, aproveitando a intensa movimentação de pessoas diariamente.
No caso da Estação Maceió, localizada no Centro da capital alagoana, a proximidade de um ponto de ônibus, de táxi, e de transporte alternativo, pode ser explicada pela presença da ferrovia, como a mola que impulsiona toda a movimentação do entorno, o que permite a locomoção de milhares de pessoas não só pela cidade de Maceió como também pelos municípios circunvizinhos.
Ambulantes e ponto de ônibus em frente a Estação Maceió
Além da imponência do prédio centenário e da beleza estética, a Estação Maceió, patrimônio histórico e cultural, tem uma vida ativa que pulsa no entorno, com suas barracas de frutas, vendas de água e refrigerantes, milho verde cozido e assado, deliciosos churros, e serviços de sapateiro, dentre outros. Esse comércio é movido pela presença da ferrovia.
Sobrevivência financeira
Há 12 anos vendendo milho assado, cozido, além de batata frita e um cafezinho bem quente, Rosângela Maria Félix sustenta a família com o que ganha na sua barraca em frente à Estação Maceió. “Todo esse movimento aqui existe por causa da estação. Antes ainda era mais gente porque não tinha a interrupção do trecho em Bebedouro. Nossa vida é aqui, trabalhamos em família e é daqui que minha família depende, contou Rosângela.
Rosângela sustenta a família com o milho que vende na entrada da Estação Maceió
Genilson Monteiro ajuda a mãe há treze anos vendendo refrigerante, água, biscoitos e confeitos. Ele acredita que não teria lugar melhor para o seu negócio como é a frente da Estação: “aqui passa muita gente, a pé, chegando e saindo de ônibus, mas tudo gira em torno do trem. Se a estação fechasse, a gente perderia nosso sustento, com certeza”. O vendedor também se ressente da diminuição do movimento nos últimos anos: perdemos muitos clientes depois que a CBTU teve que fechar a estação do Mutange.
Genilson Monteiro ajuda financeiramente em casa com seu négocio em frente a Estação
Quando não abre, fico triste
Carlinhos vende churros há 13 anos na Estação
“Quando não abre, eu fico triste, nem venho trabalhar porque não tem movimento aqui”. Esse é o sentimento de Carlos Antero da Cruz, o Carlinhos, vendedor de churros e água mineral há treze anos em frente à estação. Aqui não teria vida sem a estação. A estação é meu braço direito, preciso muito dela”, completou.
Maceió, 03 de setembro de 2024.
Ana Cristina de Moraes Sampaio
Assessoria de Comunicação
Comak