O cenário orçamentário da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) é realmente preocupante, declara o Diretor-Presidente, Marco Fireman. O orçamento anual da Companhia foi reduzido em 38%, por força de contingenciamento imposto pelo Decreto nº 8.700, de 30 de março de 2016. Com isso, a empresa precisa fazer suas cinco unidades - Recife, Natal, João Pessoa, Maceió e Belo Horizonte – funcionarem plenamente com R$ 131 milhões, patamar muito inferior aos R$ 209 milhões aprovados na Lei Orçamentária Anual. Com a redução na disponibilidade orçamentária, em Recife o modal pode ter o serviço reduzido já no próximo mês, julho.

A afirmação de Fireman é corroborada pelo Ministro das Cidades, Bruno Araújo. “Em 60 dias, se não viabilizarmos recursos, não haverá dinheiro para pagar a energia elétrica e óleo diesel para deslocamento dos metrôs”, ressalta Araújo referindo-se aos sistemas da CBTU em todo país. Cabe registrar que o metrô de Recife, que apresenta situação mais dramática, atende cerca de 400 mil pessoas por dia.

A CBTU ainda não sabe em que medida essa redução ocorreria, mas está cautelosa para que tal redução impacte o mínimo possível a população nas cinco regiões metropolitanas onde opera. “Cumprimos um papel social na mobilidade urbana. Transportamos mais de 600 mil pessoas por dia. É o único serviço do Brasil subsidiado em quase sua totalidade. Estamos vivendo um momento difícil, necessitamos de recursos com brevidade e realmente há possibilidade de redução do serviço. Porém, nosso foco continua direcionado para os usuários”, conclui Marco Fireman.